terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Natal

Sejamos francos:


Natal: Época que as pessoas comem sem culpa por supostamente estar comemorando o nascimento de um cara que nem nasceu nesse dia.



Onde todos podem beber a vontade e envergonhar familiares.



Onde o capitalismo dita que devemos dar presentes aos mais próximos, ou não seremos tão próximos assim...

Se me perguntarem "O que é o natal pra você?"

Eu direi: Dia de comer lasanha da mãe e receber sms de madrugada. Fim.

É sério, eu perdi o tal espírito natalino faz anos... e o que mais preocupa é a absoluta falta de vontade de encontrá-lo.


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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Eu Cubista

Até que gostei do resultado... rsrs

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sábado, 24 de novembro de 2012

Estações de Trem - Aparecida do Norte

Visito essa cidade todos os anos (não, não sou religioso, gosto mesmo é do lugar), e sempre tenho que descer até os trilhos que cortam a cidade. Mas desta vez eu consegui convencer minha mãe à descer até a estação de trem, que é muito linda! Super simpática, com aquele ar clássico! Adorei ir lá.

 O local hoje abriga a Secretaria da Cultura

Os trens que vi passar por ali carregavam em sua maioria minérios.

Há uma plataforma no meio de dois trilhos. O tráfego de passageiros deve ter sido intenso.

O Design de letras e placas mostra que a estação é bem antiga.

Os pilares em "Y" aparentemente sustentaram um telhado, já desmontado.

Essas rodas com cabos de aço me intrigaram. Não resisti e perguntei ao guarda o que eram, e ele respondeu que "Servem para abrir as cancelas, nas passagens de nível lá na frente" (perto daquela passarela no fundo). Olhei bem e dá para ver que os cabos seguem à beira dos trilhos. Achei tão interessante o sistema.


Foi um sonho realizado visitar essa estação. Fiquei muito feliz mesmo!

Logo posto outras!

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Closet

          A velha estrada continua a mesma. O cascalho gasto mal sustenta meus pés, e eu insisto em caminhar por ele. O sol, que há muito deixou brilhar, faz com que eu deseje seu débil calor. Não há brisa, e muito menos cores. O cinza fúnebre tomou conta de todas as coisas.
          Paro e penso sobre onde quero chegar. Não sei. Mas mesmo pelo caminho maltratado, meus pés não cessam seus esforços. Talvez haja algo bom ali na frente, talvez alguma cor. Já não crio expectativas.
          Depois de caminhar por tanto tempo nessa estrada, por fim o cascalho acaba. A fraca claridade, se dispersa, e o cinza se torna breu. 
          Tento olhar ao redor, o negrume que me cerca é sufocante. Penso no fim. Sento-me. Lentamente, começo a desejar que a escuridão me engula, que sua pressão me impeça de respirar e que eu possa descansar um pouco, quem sabe para sempre.
          Na mistura de torpor e lucidez, começo a pensar em como as coisas ficaram estranhas depois da infância. Sonhos que se transformaram em cacos reluzentes e foram tragados pelo infinito de um realidade imutável. Lembro de como tudo passou a ter um gosto amargo e azedo. As cores perderam seus tons e a luz se tornou somente um fraco brilho.
         Luzes. Muitas surgiram no percurso, algumas fracas, outras muito brilhantes, mas nenhuma capaz de me afastar do caminho tortuoso ao qual estava destinado. E assim eu segui. 
         Ainda tenho consciência do meu corpo, posso sentir a dor. Finalmente golfadas de escuridão invadem meu ser, não desejo nada mais do que o fim, e espero.
         ...
         ...
          Mas nada muda. Ainda continuo no chão (quando foi que me deitei?), e me encolho ante a opressão da realidade vivente. Sinto frio, dor, frustração, solidão. Por muito, muito tempo.
         ...
         Subitamente, algo muda. Um calafrio quente percorre minha espinha, meus dedos formigam. A pressão escura se torna mais forte, mas de algum modo encontro forças e me levanto. Longe, muito longe, uma réstia de luz ilumina fracamente uma trilha nas pedras. Levo alguns segundos para descobri que a luz vem de mim. 
        Expulso as trevas. Recebo o calor. Um novo fôlego enche meus pulmões, e meus pés voltam a caminhar. Tem algo novo no ar, um cheiro de vida.
        Não é um caminho fácil. Posso ver, lá na frente, muitas pessoas. Algumas estão sorrindo, outras desconfiadas. Há olhares perversos, há sorrisos confortáveis. Mas não me importo. Algo saiu aqui de minhas entranhas e avança corajosamente rumo ao infinito. Sinto-me tão leve quanto o ar, tenho consciência de que posso voar para as estrelas.
         Mas antes, tem eles. Tenho que passar pelas pessoas à minha frente. O calor da verdade em meu interior me infla de coragem para passar por todas elas. Não há medo ou insegurança. Não há máscara ou disfarce. Não há dor ou desespero. Há somente o desejo. 
           E uma ansiedade feliz pelo caminho à seguir. 
       


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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Que Título?


Ontem foi um dia especial.

Como professor, você se acostuma a, de um jeito ou de outro, ser o centro das atenções. É uma coisa inerente ao que fazemos, ao que buscamos para atingir os resultados.

Mas ontem não. 

Ontem eu fui um mero observador. Ontem meus alunos mostraram do que são capazes. Ontem eu senti todo meu trabalho como educador, todo o suor, todas as lágrimas, valerem a pena.

Porque foram meus alunos que brilharam ontem. Que assumiram todo o desafio de realizar um evento como a Noite dos Arteiros, essa festa dedicada à arte. E o fizeram com maestria.

Ontem eu vi, cada rastro de energia que eu gasto ensinando-os, brilhar nos olhos deles. 
Vislumbrei todo o poder da arte como ferramenta formadora e transformadora. 

Eu tenho tanto entalado aqui no cérebro para escrever sobre o assunto, mas as palavras certas não saem. O que vivenciei ontem, é indescritível.

E esses danadinhos bem sabem, se eu fiquei sem palavras, é porque realmente fui surpreendido. 

Vocês, alunos, estão totalmente de parabéns! 
Se alguma vez minha chama como educador esmoreceu, ontem ela foi alimentada e se tornou um incêndio de proporções magnânimas.

Meu trabalho valeu a pena. 


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Estações de Trem - Estrela D'Oeste

Eu sou uma pessoa estranha e isso todos já sabem.
O que nem todos imaginam é que adoro estações de trem. Sempre que vou a uma cidade nova, quero conhecer sua estação de trem... Não perguntem porque, deve ser por eu gostar tanto de andar de trem quando pequeno e por saber que essas estações estão morrendo.

Com vocês: Estrela D'Oeste!








Linda, e ainda bem conservada.

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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Volta



E então tudo mudou.

O sol se escondeu

A maré virou

A chuva surgiu.

Como quem se banha em outro ser

Minha alma se rasgou como sempre fora

E por instantes eu pude ver

Tinha o sonho ido embora.

Mas como todo tempo ruim

A tempestade vai se dissipar

O sol e as feridas no fim

Marcado meu coração vai ficar.

sábado, 10 de novembro de 2012

Lá e de volta outra vez!

Cheguei perto, mas muito perto daquela "vida escura e funda", como dizia Elis Regina.

O abismo esteve tão próximo e o medo de cair nele foi tão real, que os calafrios percorriam realmente minha pele.

Mas fui salvo. De novo.

Só que diferente da primeira vez, onde fui salvo por dois anjos muito queridos, desta vez a salvação veio de mim mesmo. Eu tive que descer até as entranhas do tártaro e confrontar o meu próprio Hades. Foi duro, foi difícil, e eu quase me vi preso para sempre naquela escuridão particular.

Mas uma pergunta, uma simples pergunta que me ocorreu (e portanto não deve ter sido tão ao acaso como parece) surgiu como um raio de luz naquele breu:

- O que estou fazendo comigo?

E tudo se desfez. Me vi diante de uma nova era, uma nova vida, com novas possibilidades.
Junto com a certeza do que fazer.

A ação será desencadeada, e a reação será assombrosa. Mas quem se importa?
Eu?
Não mais.

Já me importei demais. Agora chega. Bola pra frente. Vamos correr para o futuro!

E que futuro! Tem um raio de sol tao bonito ali me esperando!



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Um Pouquinho de Paint Art

às vezes gosto de abrir o Paint (aquele programinha super básico de desenho) e produzir alguma coisa. Geralmente para expressar algo que sinto ou que estou passando. Ou simplesmente pra expressar alguma ideia obscura.

Aqui vão alguns:

Busca

Sem Título

Ying Yang

Adeus

Dúvidas

O Que Restou

Favos

Passado

O Retorno

Feh

Zumbi

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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Tirando a poeira.

Esse blog está mais empoeirado do que a garagem daqui de casa (maldito tempo seco).

Eu não sei muito bem o que fazer com o blog, acabo postando certas opiniões pessoais.

E pensar que isso aqui bombou na época da postagem de minha opinião sobre "A Arma Escarlate". Aliás, já passou da hora de reler o livro! Será que a Renata está adiantada com a escrita do segundo? Preciso lembrar de perguntar no orkut... (sim, ele ainda existe! rs)

Esse blog vai virar uma coisa mais pessoal, vou postar coisas que vejo e preciso desabafar (de sendo professor, temos várias! rs).

Sem citar nomes, que é para não me matarem...

Também posso postar filmes e coisas que goste.

Ah sei lá.

Nem sei o que te levou a entrar aqui e ler isso... rsrs

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A Obra - Curta-metragem

Confira um curta-metragem que fiz para ajudar meus alunos a entenderem alguns conceitos de processo de criação:


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segunda-feira, 26 de março de 2012

Minhas pinturas

Ando pintando alguns pequenos quadros com lápis aquarelável... É gostoso, mas dá um certo trabalho... Alguns dos resultados:

Sem Título

Paisagem

A Passagem


 Essas são com lápis de cor e termolina:
A Dança das Cores

Sorriso

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Primeiro Dia

      

    Primeiro dia de aula é gostoso... cheio de crianças e pais na expectativa por mais um ano... Por mais que as crianças não gostem de estudar, elas querem saber quem são seus colegas de classe, seus professores, as matérias. É uma aura misteriosa no ar.
    O que ninguém desconfia é que nós professores (ou uma boa parcela, pelo menos), também morre de expectativas. Ficamos curiosos para saber quais os alunos novos, as novidades dos mais velhos, se aquele aluno que bagunçava melhorou... toda essa curiosidade saudável também é gostosa.
    
    E é muito gratificante quando você passa nos corredores e os alunos, que você não vê há dois meses, correm até você para cumprimentá-lo, muitas vezes fazendo uma verdadeira festa, contando novidades, felizes realmente em lhe ver. É um daqueles momentos maravilhosos em que todas as dificuldades da profissão são deixadas de lado.
    Não há muitas diferenças entre ser professor e ser pai. E ano a ano, você vê aquelas crianças, que não passavam de um toquinho quando chegaram, crescerem e se desenvolverem, bem ali, na sua frente. E o melhor de tudo? Você contribuiu para esse crescimento, de um jeito ou de outro.


domingo, 29 de janeiro de 2012

Grandes Livros: A Arma Escarlate

O ano é 1997. Em meio a um intenso tiroteio, durante uma das épocas mais sangrentas da favela Santa Marta, no Rio de Janeiro, um menino de 13 anos descobre que é bruxo. Jurado de morte pelos chefes do tráfico, Hugo foge com apenas um objetivo em mente: aprender magia o suficiente para voltar e enfrentar o bandido que está ameaçando sua família. Neste processo de aprendizado, no entanto, ele pode acabar por descobrir o quanto de bandido há dentro dele mesmo.


Bom, eu havia lido algumas coisas sobre o livro na comunidade do orkut de Harry Potter. Eu pensava comigo mesmo: Puxa, um livro sobre uma escola de magia no Brasil? Deve ser legal.


Mas fui adiando a compra do livro... deixando para depois... Até que um certo dia, por algum motivo obscuro, tive muita vontade de lê-lo, e finalmente encomendei minha cópia na Saraiva.


O que eu esperava? Uma história no mínimo inocente sobre um garoto que descobre que é bruxo, e passa a ter o objetivo de aprender magia e se livrar da perseguição dos traficantes, já que estava jurado de morte. O básico da resenha.


Mas o que descobri, o que li, foi incrível.


Em primeiro lugar, a escritora, Renata Ventura, fez a lição de casa. Utilizou acontecimentos reais na Favela Dona Marta para nos introduzir aos personagens. O tempo todo são citados fatos que realmente aconteceram no mundo real, o que nos torna próximos à história. Um delicioso aperitivo, claro.

Mas o que mais surpreende são os personagens. Primeiro os professores, retratos exatos dos vários tipos diferentes no Brasil. Temos o professor inconsequente, o faltoso, a queridinha da turma que não ensina direito, a muito inteligente mas terrivelmente insensível, o ótimo professor cuja matéria ninguém se interessa... Estereótipos saudáveis com os quais convivo diariamente como professor nas escolas em que leciono.
E os alunos, longe de serem perfeitinhos, são os típicos alunos das escolas brasileiras, muito bem retratados até mesmo nos modos de falar.

E tem o protagonista, Hugo, o mais humano de todos. Um personagem ambíguo, real, que erra várias vezes, fatalmente até, alguém que nunca, nunca mesmo eu imaginava ser protagonista de um livro desse tipo. Em vários momentos da leitura, me peguei pensando "puxa, Hugo deveria ser algum tipo de vilão da história, e não o personagem principal", para só depois descobrir que as circunstâncias que o fazem agir de maneira impulsiva talvez fizessem com que eu agisse da mesma forma. É assustador como Hugo me fez pensar sobre consequências, meios e fins, o quanto nós poderíamos ser parecidos, o quanto de bandido eu teria dentro de mim, como diz a sinopse. Se ao ler Harry Potter e a Ordem da Fênix você se espantou com o comportamento rebelde e impulsivo de Harry, prepare-se para se espantar, e muito, com o comportamento de Hugo que, diga-se de passagem, tem muitos motivos para se revoltar contra a vida. 

Toda história de fantasia e aventura tem um grande vilão, e A Arma Escarlate não foge à regra. Contudo, o vilão, o grande mal que acaba assolando a escola, nada tem a ver com bruxos psicopatas ou mentes malignas, mas sim algo extremamente próximo à nós, muito difícil de se vencer e muito, mas muito mais perigoso que um Voldemort da vida. Grande sacada da autora, uma das melhores do livro.

E méritos também à valorização de nossa cultura, uma vez que os feitiços vem de línguas indígenas e africanas, nosso folclore e cultura são amplamente valorizados e até mesmo críticas à nossa mania de copiar o estrangeiro surgem nas páginas de maneira suave. Vemos traços do folclore e de nossas tradições explicados dentro do mundo mágico desenvolvido pela autora.

E são deliciosas as referências à saga Harry Potter. Nada gritante, saborosamente sutis, que os fãs da série captam no ato. Algumas são mais gostosas de perceber que as outras, criando uma conexão interessante, e diga-se de passagem, sugestiva, com a saga de J.K. Rowling.

Fica aqui a recomendação de leitura e um ENORME PARABÉNS para Renata Ventura, por criar uma história tão densa e ao mesmo tempo tão divertida e prazerosa, que me fez repetir um feito só antes alcançado por Harry Potter: A leitura de um livro de 500 páginas em dois dias, o que me rendeu algumas olheiras, claro. E um grande gostinho de "quero mais". Bem mais.


sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A imagem resume muita coisa.

Eu com Terezinha Guerra e... OH WAIT!!!

Braço elástico? O.O

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Tempo


          
Salvador Dali. Soft Watch at the Moment of First Explosion, 1954.


           É doloroso observar o tempo. Quando você realmente dedica um pouco de atenção a ele, enxerga-o como uma força destrutiva, em cuja presença tudo se corrói e desaparece.
Essa observação tem consequências, pois você vê seu mundo desmoronar e se reconstruir, em um ciclo muitas vezes doloroso, onde suas lembranças nada mais são que escombros empilhados sobre os anos passados.
          Quando somos crianças, o tempo ainda é um mistério. Parece-nos que sempre teremos a mesma idade, que nossos pais são adultos desde sempre, que as coisas estão como sempre foram e que nada mudará em nossas vidas. Tudo é “sempre” para uma criança.
          Mas você começa perceber o tempo quando as pessoas ao seu redor começam a morrer. Uma avó, uma tia, um amigo, uma a uma as pessoas vão nos deixando sem que possamos fazer absolutamente nada. É quando a ilusão infantil de que as coisas são eternas desaparece, o momento em que somos forçados a acordar para a verdade de que as pessoas que amamos não são imortais, e que um dia provavelmente acabaremos sozinhos.
          E conforme a vida segue vamos descobrindo ainda que o momento em que vivemos, por melhor ou pior que seja, não é eterno. Pessoas vão embora, talvez você se mude, talvez alguém muito importante morra, talvez troque de emprego. O fato é que descobrimos que a vida é formada por ciclos e fases que vivemos, compostas por tudo e todos que nos rodeiam. E que nada é eterno.
           Fases às quais nunca damos o devido valor. Quantas vezes nos pegamos saudosos do tempo de escola, enquanto naquela época não víamos a hora de terminar os estudos? Quantas vezes temos saudades da pessoa querida que se foi, enquanto recusamos seus inúmeros convites de jantar enquanto vivia? O sábio ato de enxergar esses pormenores do tempo e de nossa mente confusa só nos são proporcionados quando realmente procuramos enxergar o tempo.
            E nada é mais efêmero em nossas vidas do que as pessoas. É curioso como amamos pessoas furiosamente, sejam amigos, familiares ou amantes, com a impressão de que jamais poderemos suportar uma separação. Pessoas importantes, amizades que dizemos ser para toda a vida, mas que não resistem a alguns meses de separação, quando nem mesmo temos palavras ou assunto para uma simples conversa em um reencontro desconfortável.
            Ando observando o tempo nos detalhes da vida. Um antiga e famosa loja de sapatos, hoje é uma farmácia. Um terreno baldio, no qual tanto brinquei, está abarrotado de casas. Pastos e montes de terra se converteram em asfalto e blocos de cimento. Pessoas que amei me deixaram. Fases da vida que tanto desvalorizei, hoje me lembro com saudade e carinho. E principalmente, observo temeroso o futuro. Pela primeira vez na minha vida, dou valor para o meu viver presente. Amo as coisas que faço, meu trabalho, minha situação atual, mas principalmente, as pessoas que fazem parte da minha vida. E sei que, como todas as outras, essa fase também vai terminar. Talvez, por observar o tempo, estou me preparando para o fim de tudo isso e o início de outra fase da vida. Talvez, essa fase já esteja começando, e esse texto seja só para tentar admitir esse fato.  De qualquer forma, desde agora, já sinto falta desses últimos anos que vivi, pois com toda a certeza foram os melhores da minha vida.
             Quando tudo isto acabar, quando outro momento se iniciar para mim, espero sinceramente ser capaz de abandonar esses anos e seguir em frente, desejoso de que as pessoas que fazem parte do meu mundo estejam sempre comigo, de uma forma ou de outra. Para que talvez, eu possa deixar de observar o passar do tempo como uma coisa tão destrutiva, mas sim como alicerce para uma nova vida.


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