domingo, 12 de janeiro de 2014

Abrir mão.

Há muitas coisas para se colocar em ordem no momento. A decisão de sair de casa para possibilitar a adoção trouxe muitas coisas novas, alguns questionamentos e algumas constatações.

Uma delas particularmente tem me incomodado um pouco. Quanto de espaço sobrará no meu coração?
Quando digo isso, estou pensando sobre um relacionamento. Haverá espaço para alguém na minha vida além do meu filho? Será que eu conseguiria me dedicar à alguém além do meu filho?

Sempre que eu penso no assunto, sempre que me imagino com alguém no momento da adoção, essa pessoa parece um intruso, alguém que não deveria estar ali, capaz de atrapalhar minha felicidade ao lado do meu pimpolho.

Então um dos tópicos desse grande rol de decisões envolve isso: abrir mão de relacionamentos, para que eu posso me dedicar única e exclusivamente ao meu garoto.

Mas, dentre todas as decisões, essa está se tornando ligeiramente difícil. Curiosamente, deveria ser a mais fácil de todas, dado meu conhecido problema com o desgaste rápido de uma atração que sofro... Mas não é. Tenho uma pessoa que gosto muito, que já não deu certo uma vez, e tenho medo de perdê-la. Mas ao mesmo tempo, e principalmente, tenho medo de incluí-la nos meus planos futuros.

E agora essa pulga atrás da orelha me incomoda, e eu não sei exatamente o que fazer, pra onde olhar. Porque o medo de me arrepender da decisão, de tomar qualquer direção que depois prejudique meu relacionamento com meu filho, é muito forte.

Não sei pra onde olhar.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Entroncamento



Está chegando o dia de deixar minha casa. A decisão está tomada, pelo bem maior que eu mesmo escolhi.
Como disse minha estimada prima, é hora de deixar de ser filho. Assumir as dificuldades e as responsabilidades, para que no futuro eu tenha condições de ter meu filho.

Esse é o grande objetivo, a meta final: A adoção. E depois de muito pensar, mas principalmente, de ouvir algumas coisas, eis que me vejo com esta única saída: Eu devo sair de casa. Devo construir minha vida fora dessas paredes, por mais difícil que pareça.

E depois, investir na minha nova moradia. Tratá-la com muito zelo e carinho, deixá-la pronta para receber, no futuro, o pequeno ser pelo qual me tornarei responsável. Onde posso dar a ele segurança e carinho, cumprindo o desejo mais íntimo do meu coração: ser pai.