terça-feira, 15 de novembro de 2011

Alunos

Quando se é professor, você trabalha com uma categoria de pessoas muito específica, que não se encontra em nenhum outro lugar senão em uma escola. Os famosos alunos.

Aluno é um bicho estranho. E quando digo bicho, não é para ofender não. É que são tão específicos, com regras sociais próprias, que renderiam um episódio inteiro de documentário no Animal Planet.

Há alunos de todos os tipos. Tem aqueles que te odeiam, que usam toda sua inteligência ( e eles tem!) para inventar jeitos novos e curiosos de te atazanar. Juro que se tanta criatividade fosse empenhada na cura do câncer, em dois meses a doença desapareceria.

Tem aqueles que não fedem nem cheiram. Não gostam de você, mas também não desgostam. Não te atrapalham, mas também não ajudam. Não são maus alunos, mas também não são bons.

Tem aqueles que são puxas. Puxas mesmo, fazem tudo pra te agradar, mas exigem um pontinho positivo no final da história.

Tem aqueles que gostam de você. Gostam de vir até sua mesa e conversar sobre qualquer coisa, ou que ficam perto de você na hora do intervalo, mesmo sem ter nada a dizer.

Tem aqueles alunos que você briga o tempo todo, em geral porque eles tem opinião formada e são realmente críticos, não aceitando qualquer situação só porque o professor falou. Esses movem o mundo, se soberem o que realmente criticar.

Tem alunos que são carentes. Se apegam muito a você (e você a eles), gostam de estar perto, falar sobre qualquer coisa, discutir sobre assuntos que você nunca ouviu falar mas que ele acha que iria gostar.

E tem alunos que ultrapassam o limite entre professor e aluno e se tornam verdadeiros amigos, daqueles que você sabe que pode contar para qualquer coisa, e que mesmo depois da escola, ao se encontrarem na rua irão parar para conversar e colocar os assuntos em dia. São aqueles que se preocupam se você ficou doente, ou se não está com uma cara muito boa, e são exatamente aqueles que mais lhe criticam se você estiver errado.

Existem alunos que simplesmente passam pelas suas mãos, enquanto vão passando de uma série à outra.

Mas se tem uma coisa que aprendi nesses anos ensinando, é que nada é mais gratificante que ver um aluno aprendendo. Ou melhor ainda, um aluno feliz porque foi até a frente dos colegas e apresentou uma dança, cantou algo, representou um personagem ou simplesmente acertou na pintura de um desenho. Isso paga qualquer momento difícil que nós professores passamos todos os dias na sala de aula.

E apesar de ser possível separar os alunos em todos os tipos que citei, uma coisa não muda para todos eles: Eu, como professor, tenho amor de pai por cada um deles, do pior para o melhor. E se brigo ou critico, é porque quero vê-lo crescer e se tornar alguém melhor. E nesse processo, aprendo muito mais do que ensino.

É por isso que digo à todos os meus alunos: Muito Obrigado!

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