quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Trilho

Fecho os olhos sem descansar de fato
O sangue que escorre direto dos passos
Mesmo acordado eu quero deitar

Eu sei o caminho, onde tudo se encontra
Eu sei os espinhos, a fé me demonstra
Mas a dor é tão grande que quero deixar

Aqui e ali uma mão me norteia
Mas cruel é língua que me chicoteia
No abraço amigo eu busco um arfar

O sol vai se pondo, cruel é a noite
Posso escapar, fugir do açoite
O caminho é tão claro, melhor caminhar

E quando ao destino eu enfim chegar
Talvez nesse trem eu não deva embarcar

Caminhando nos trilhos, pra sempre trilhar. 

terça-feira, 1 de setembro de 2015

O Mundo

Eu paro, olho e penso
Logo existo ou não entendo
À volta das coisas, que surgem
Dos desejos que a vida urge

Eu penso no poder dos nomes
Eu vejo o desejo dos homens
A injustiça que acompanha a ambição
O poder de um nobre coração

A indiferença das dores alheias
O bem que o puro semeia
A torto, a direito e errado
Pra um lado ou outro, que faço?

Com olhos de criança senil
Devotado a um mundo febril
Me sinto isolado, sem igual
Na dor da vivência, afinal.