É curioso como em um dia você está perdido, se desesperando a cada encruzilhada. Deixando que cada chuva lhe faça perder os rastros que teimava em seguir, sem saber exatamente onde estava indo. Sua vida, a cada dia, se remete a circular pelos mesmos caminhos tortuosos, vivendo das pequenas alegrias (verdadeiras, mas finitas) que encontra pelo chão. Como um pombo que cisca por migalhas.E então, como um estalo, como uma súbita iluminação vinda de lugar nenhum, você para. Para e observa o quanto andou sem realmente sair do lugar. E aquilo te incomoda, profundamente. Se depara com duas únicas opções: sentar-se e ali estagnar para o resto de seus dias, ou tentar sair daquele caminho tão confortável em busca do que realmente é importante.
Novos horizontes assustam. Não é fácil pisar em terras desconhecidas, mas algo te motiva a sair dos trilhos. E descobre, subitamente, que aquilo é o que sempre quis. Porque a luz que enxerga no final desse caminho é tão forte, tão quente, que te purifica de todos os medos, de todas as dores.
Pois que é caminho longo. Difícil. Há pedras, vales e depressões, mas aquela luz... ah, aquela luz. Ela te guia, você a sente mesmo antes de encontrá-la. Ela te fortalece e te renova.
E você segue o caminho que sempre se negou a enxergar. Feliz. Determinado. Ansioso. Abre mão do que achava importante (como era tolo!). Luta, sacrifica-se.
Porque a luz é o seu destino, o seu caminho e tudo o que lhe importa agora. Ela é a única e verdadeira razão do seu viver. Não há escapatória, e você está satisfeito.
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